Ao alto e avante o/

As memórias aniquiliadas do morro do silêncio

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Devo confessar que antes de tocar em Silent Hill: Shattered Memories minha pessoa nunca havia sequer entrado em contato com algum outro jogo da franquia. Sempre ouvia amigos darem suas opiniões sobre Silent Hill por aqui e ali, mas não havia me interessado comprar um DVD ou copiar/piratear/baixar algum game que fosse da franquia.

Mas o tempo foi passando, a curiosidade crescendo, e a lista de games interessantes de PS2 foi diminuindo, até que chegou o derradeiro dia em que me desafiei a jogar algum Silent Hill. Eu não iria voltar ao primeiro de imediato, nem jogar os outros numerados sem ter jogado o primeiro, então após pesquisar e pesquisar, o escolhido foi o Shattered Memories, remake do primeiro game da franquia. E lá fui eu, pegar o jogo emprestado (pra não devolver jamais, MUAHAHAHAHAHAHA) e mandar ver.

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ATENÇÃO, ANTES DE CONTINUAR, DEVO AVISAR QUE A CRÔNICA ABAIXO PODE E VAI CONTER SPOILERS. SE VOCÊ NÃO JOGOU SHATTERED MEMORIES AINDA, CRIE VERGONHA NA CARA E VÁ JOGAR ANTES DE LER PRA NÃO FICAR DE 'MIMIMI, SPOILER' DEPOIS! OUTRA NOTA IMPORTANTE: SH: SHATTERED MEMORIES FOI ORIGINALMENTE DESENVOLVIDO PARA O WII E DEPOIS PORTADO PRA PS2 E PSP. QUE FIQUE AVISADO AOS MIMIZENTOS DE PLANTÃO ;-)

Dados os devidos avisos, clique no "Ler mais" e desfrute do post!



Sinceramente, foi uma experiência da qual não me arrependo. O que me causa arrependimento é ter passado tanto tempo sem jogar um Silent Hill. Claro, depois que finalmente consegui terminar o game (na semana passada, pois foi quando finalmente consertei meu console e criei vergonha na cara de voltar a jogar, mas a história do console quebrado fica pra outro post!), me interessei por buscar informações e os outros games da franquia, e é o que estou fazendo, então aguardem uma avalanche (ou não) de posts puxando o saco da franquia xD.


O começo macabro e um acidente: a criança perdida

Pra um marinheiro de primeira viagem e não acostumado com jogos de terror, Shattered Memories pode parecer macabro de início. Logo na tela de começo um vídeo de um pai e sua filha fica se repetindo, repetindo, repetindo... Até que uma hora o jogo abre no que parece ser um psicólogo. Opa, mas como assim? Sendo minimamente esperto e levando em conta que este jogo é uma releitura do primeiro, qualquer um constata que então estamos vivendo uma versão alternativa (ou não) do SH original, onde o personagem principal conta sua história para um psicólogo, e mais a frente os dois abraçam e choram como crianças.

E é o que o jogo te faz pensar durante todo o tempo. Logo depois da cena com o psicólogo, quando acontece o acidente de carro, nós somos apresentados a Harry Mason, pai da pequena Cheryl (se até aí você não percebeu que ele é o cara do vídeo do começo, e a tal Cheryl é a menina abraçando ele, tenho uma péssima notícia...), que desapareceu de forma misteriosa após a colisão. A partir daí começa a busca desesperada pela criança, e as coisas vão ficando cada vez mais confusas.

Se encontrar jogado no meio do nada não é das experiências mais agradáveis, definitivamente! Conforme as coisas iam acontecendo, eu ia me perdendo cada vez mais. Ponto pra Konami, que conseguiu passar o que certamente estava sentindo o tal do Harry Mason.

Uma perfeita ópera do desastre

Ok, até o momento eu sabia que eu tinha uma filha, havia colidido e tinha que procurar a bendita. Também, essas pestes dessas crianças, saem correndo por aí e deixam os pais preocupados, e eu estava preocupado! Ou talvez a pobre Cheryl tenha ido em busca de ajuda para um pobre pai machucado? Onde estava a criança?  Eu sabia que ia encontrá-la, pois o bendito do psicólogo não me apareceu à toa!

E a aventura continuava naquelas: andando de um lado pro outro, perdido, sem rumo, até que chegar a um bar me fez descobrir um celular guardado no bolso. Me admira muito a capacidade de Mason de perceber as coisas. Assim, Cheryl some e só depois de muitos quilômetros de caminhada é que é possível notar um celular no bolso? Vai entender esse povo, viu!

Acontece que, a tal da descoberta do celular não é o único acontecimento estranho do game. Conforme a jornada vai avançando, eu apareço mais vezes dentro do consultório médico, e a coisa vai ficando cada vez pior. É policial que aparece do nada, discussão com gente que mora numa casa que era pra ser minha, entre outras coisas. Mas provavelmente nada se compara a ter que andar durante a noite numa Silent Hill macabra, onde não acontece absolutamente nada, e isso vai tornando as coisas cada vez mais amedrontadoras.

E é aí que um jogo de terror se diferencia dos demais. Se fosse um Resident Evil a atmosfera tensa normalmente me levaria a um lugar cheio de inimigos, onde seria só sacar uma arma e sair arrebentando cabeças e corpos de infectados por algum vírus. Acontece que aqui a coisa é diferente: quando o clima fica tenso, não acontece exatamente NADA. Nenhum monstro, aberração ou algo do gênero aparece. O silêncio só faz aumentar (como se fosse possível) e, como de início eu tenho a possibilidade de gritar o nome "Cheryl" várias e várias vezes enquanto exploro a cidade, a visão é cada vez pior. E Silent Hill vai passando a sensação de abandono e desespero. Não aparece uma alma que seja (viva ou morta, tanto faz, já seria algo!), e os gritos pelo nome da criança se tornam cada vez menos frequentes. A desesperança toma o coração tanto do personagem, quanto do próprio jogador. Só que, quando aparece alguém pra ajudar também não é grande coisa.

Certamente, as 'ajudas' aparecem em momentos chave da jornada do jogador. No primeiro ponto em que o personagem está prestes a enlouquecer, surge Cybil, a policial. Mas logo depois aparece o tal do mundo de pesadelo, e entra outra diferença de um jogo de terror psicológico: normalmente na presença de inimigos eu sacaria a shotgun (como já citado acima), mas eu me encontrava com uma porcaria de uma lanterna, e nada de itens pra atirar, esfaquear, espancar e... antes que perguntem, eu tentei sim apertar os botões de ação pra ver se dava pra fazer algo além de acender e apagar a lanterna ò.ó! Aí meus amigos, surge a sensação de IMPOTÊNCIA. Inimigos te cercando de um lado, do outro, e a única coisa a fazer é correr como se a vida dependesse disso (porque sim, ela depende!), e quando algo consegue se agarrar a você, a única opção é se livrar do bicho, e aí tudo vai ficando mais lento.

Outro tipo de acontecimento que causa tensão: está tudo no mais perfeito silêncio, quando do nada, andando, é possível ouvir um barulho crescente. É algo irritante, e conforme aproximação de determinado lugar, o barulho vai aumentando, aumentando e PÁ: uma mensagem chega no celular. Pode ser de voz ou texto, mas sempre chegará. As vezes é possível tirar fotos também, e as cenas são no mínimo grotescas. O surgimento dessas mensagens serve muitas vezes como quebra de clima e também como aviso de que alguma cena importante está próxima. É perfeito. O ponto que mais pega, e não é só a minha pessoa que vê isso, é a ambientação. As músicas, os cenários... tudo é construído de forma que seja possível tomar um susto aqui ou ali, e nem vou tocar nos puzzles. E a cada novo pedaço da história as brincadeiras com o psicológico vão aumentando.

Até mesmo quando se chega no absurdo de encontrar com uma tal de Michele num colégio fechado devido às nevascas, e quando se vira prum lado e volta ela não está mais lá, e dá lugar a Dhalia! Quem é Dhalia? Eu não fazia ideia, até um certo ponto.

As distorções de uma mente sofredora

Quem bate no peito e se declara macho o suficiente pra chegar até o fim da trama vê as coisas se conectarem e fazerem sentido de uma forma meio macabra. Como o spoiler aqui é liberado, vou fazer as minhas deliberações. Quem não quiser ler spoiler de um jogo da geração passada, aperte CTRL+W e seja feliz :D

Acredito que da primeira vez que joguei consegui fazer o final canônico. Quando Dhalia aparece  e logo em seguida faz a revelação de que dorme junto com Harry é um choque. Pelo jeito de se vestir, ela parece uma adolescente rebelde e que gosta de altas emoções, está ficando com o coroa pai da melhor amiga. É o que se dá a entender. Outro ponto: sempre quando Harry está perto de descobrir algo, de chegar mais próximo de Cheryl, começa o pesadelo. Isso confunde até mesmo os mais atentos jogadores. MAAAAAS, há uma parte em que a resposta pra tudo é jogada na cara: numa das passagens pelo psicólogo, o mesmo conta a história de uma princesa que foi forçada a se casar e depois acabou morta, e etc, etc. O psicólogo fala muito de culpar a si mesmo por acontecimentos e etc. Aí quem é mais atento começa a sacar onde vai dar o resultado.

Outra coisa: num dado momento, Dahlia aparece mais velha (mais velha é elogio, ela parece acabada e triste), dizendo ser a esposa do nosso protagonista, que não aceita o fato e cai no Nightmare novamente. Aí fica bem claro que Harry provavelmente tem alguma espécie de trauma em relação a Dahlia... Ou quem quer que seja que está por trás dele tem esse trauma. Mas, com o decorrer da trama o personagem vai aceitando a mulher como parte de sua vida e, momentos antes de chegar à Cheryl rola até um 'finalmente', se é que vocês me entendem. E aproveitando o parágrafo antes da revelação, vale lembrar de um determinado momento em que a policial Cybil surge do nada gritando e esperneando, falando que eu não era Harry Mason, que o tal do Harry havia morrido em um acidente há uns trocentos anos. Nesse momento da trama, sabe onde o personagem central está? NA FRENTE DE UMA CLÍNICA PSIQUIÁTRICA, e isso logo depois de também ter recebido uma chamada da própria Cheryl implorando para que ele não continuasse em sua busca.

E no fim das contas...

A pessoa que chega até esse ponto e não calcula o que de fato aconteceu realmente merece os parabéns. Nesse ponto, Shattered Memories joga pela janela tudo o que aconteceu no Silent Hill original ao revelar que Harry Mason está morto, e quem estava esse tempo todo no consultório do maldito psicólogo era a própria, a única, a gótica CHERYL, JÁ ADOLESCENTE Ò.Ó. Acontece que no momento em que o acidente de carro aconteceu, Harry morreu de fato, e desde então Cheryl fantasia em sua mente a imagem dele saindo por aí em busca de sua filha. E... Lembram do fato de Harry nunca aceitar Dahlia? No fim fica bem claro que o acidente aconteceu logo após o divórcio de Dhalia e Harry, ou seja, Cheryl culpa a mãe pela morte do pai. Ela vê a própria mãe como uma vadia e o pai como um herói pronto a defender sua filha em todos os momentos (isso seguindo os passos para se fazer o final verdadeiro. Não preciso frisar isso, né?), inclusive passar por maus bocados e nunca se desviar de seu objetivo. Todos os acontecimentos vividos então, todo o drama que se foi durante a jornada acabou sendo em vão. Ou não.. Mas isso, ah, isso fica pra outro post...


;)

2 comentários :

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      Abraços

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