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Crônicas do Tio RD - FFTA Parte 7 - De volta ao trabalho

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Buenas, leitores e leitoras, estamos de volta após uma não tão rápida pausa forçada que tivemos de fazer na coluna. Após entrarmos em recesso por problemas técnicos (vou dar mais detalhes em breve do acontecido em um post solto pra quem quiser saber como foi tudo. Ou não), tive a grata surpresa de saber que meus dados não haviam sido perdidos (e vou ter que começar a fazer backups, ou a qualquer instante meu trabalho pode ir realmente pelos ares). Antes de seguir com a aventura, os recadalhos da semana:
•Até que a pausa não demorou muito, né não? Duas semanas e panz. Pessoal que consertou meu aparelho foi muito competente, e o conserto foi até rápido. O que demorou mesmo foi a vinda da peça essencial pro bichinho funcionar. Aliás, eu recebi uma recomendação de jogo para fazer uma outra temporada, mas tudo vai depender de como vai ser minha organização;
•Estamos chegando no fim da aventura. Não demora muito pra que o arco seja concluído. Por aí espalham que FFTA tem mais coisas depois do fechamento da trama, e já adianto que se realmente existirem extras após a história principal, eles ficam reservados ao bônus que será feito no fechamento desta temporada (olha como venho escrevendo de forma culta ultimamente u.ú);
•Reforço o pedido pelo feedback, que pode incentivar a fazermos mais temporadas do gênero Crônicas, além de poder inovar nesse sentido;
•Vocês vão notar que os capítulos estão diminuindo em número de aventuras por post, mas os detalhes estão aumentando. É proposital, já que o fim está próximo (eu amo essa frase!), e temos que evitar que o enredo seja despejado em um único post. 
Enfim, hoje não há muitos recadalhos, então vamos para a aventura da semana.


~Anteriormente em Crônicas do Tio RD~

No último capítulo de nossa aventura, Doned, meu irmão que sofre com problemas de mobilidade na vida real, finalmente deu as caras. O filho da mãe apareceu justamente para me prejudicar, e não disse uma palavra sequer. Além do mais, agora resta apenas um cristal a ser destruído. Se você não acompanhou os fatos registrados da última vez, volte uma página.

Atualmente

Se nossa série Crônicas fosse um animê, agora seria a hora dos fillers entrarem em cena pra amenizar os ânimos da galera e começar a criar um hype pra batalha final. MÃS, como nós não somos mangakás, o único filler que rola em FFTA é a história do manuscrito Hero Gaol (história comovente, por sinal), que envolve Moogles num enredo fascinante, e conta a história de uma Moogle que tem na minha party, a Lini, que está entre as personagens secretas do jogo. Apesar de tudo isso, agora estamos em momentos decisivos.

Após a última batalha praticamente dentro do castelo dos juízes e Cid ter obrigado os judges a trabalharem em uma instituição à parte da realeza, outras coisas aconteceram. Eu mantive minha busca pelos cristais, e acabei trombando com um clã aqui e ali. Aliás, novamente dei de cara com o clã Ritz. Sinceramente, é eu dar um passo e Ritz aparece na minha frente pedindo socorro e gritando igual a uma maluca. Parece até que a infeliz é minha irmã mais nova!

Sei que jurei não ajudar ela sob qualquer circunstância, mas aquele clã cheio de Vieras (inúteis, MUITO INÚTEIS) caiu num Jagd contra um bicho chamado Mastigador de Espadas. Montblanc e eu fizemos uma ponta na batalha e mais uma vez salvamos o dia. Após isso, ouvi rumores de que em um deserto de Ivalice haveria uma movimentação incomum. Fui pra lá de imediato, e eis que encontrei um cara safado chamado Llednar. Ele apareceu e ia me atacar, tentando trucidar minha vida, quando El Cid, juíz dos juízes, apareceu e impediu que o caos se instaurasse no país.

Foi aí que aconteceu algo no mínimo inusitado: uma antesala em dimensão paralela apareceu. Eu já sabia que se tratava de um lugar que levava até o quinto cristal, a chave para minha volta pra casa.

Llednar me ameaçou de morte e seus olhos estavam em chamas, como se realmente ele fosse cometer alguma atrocidade. Sem recuar, convoquei meus companheiros para a batalha de nossas vidas. Cid avisou que a partir dali o meu destino estava selado, e mesmo que eu apostasse todas as minhas fichas poderia perder para o jovem rapaz, novo guarda pessoal de sua alteza, o príncipe Mewt. Cid ainda colocou restrições aos poderes do jovem, dizendo que se ele utilizasse o que quer que fosse, destruiria por completo o quinto e último cristal. Mesmo assim, a peleja começou. Foi uma sequência de golpes aqui e acolá, sendo que o clã Traveller só não foi dizimado graças às habilidades incríveis de Chaucer, que há pouco voltara a ser um White Mage (só que agora com um plus de habilidades de alquimista, que me davam vantagem em combate).

Por mais que eu me esforçasse, meus golpes não faziam efeito no tal Llednar. Nenhum deles. Meus amigos, parceiros inseparáveis, também estavam em seu máximo, mas nada atingia o rapaz, que olhava com uma cara nojenta de desprezo pra nós. Sinceramente, a partir daquele momento eu fiquei com uma vontade de pegar o cara pelo pescoço, erguer e descer a porrada nele. Mas mesmo assim nada atingia o infeliz.

Os turnos foram passando, a mana do pessoal foi acabando (junto com a minha paciência...), e o Llednar nos encarava sempre com aquela cara nojenta e olhar de indiferença. Tudo se desenrolava para o que poderia ser a batalha mais maçante de todos os tempos, até que o tal capataz de Mewt resolveu que iria usar todo o seu poder para destruir o clã Traveller, e aí comecei a me animar, erguemos nossos escudos e... NADA! Absolutamente nada aconteceu. Até olhei pra um lado, depois pra outro, e nada de aparecerem Chocobos, Monstros ou qualquer outra entidade. Tentei entender o que aconteceu de fato, e foi quando vi Cid, imponente como sempre, que acabara de dar um cartão vermelho a Llednar, mandando o meliante para a prisão (esse sistema carcerário de Ivalice é um exemplo a ser seguido por muita gente, já que na hora da expedição do mandado de apreensão o elemento cai na cadeia de imediato. Os caras são eficientes a beça!). Talvez o poder do cara fosse realmente algo de se espantar, talvez não. Nunca saberei (ou vou saber na próxima vez em que encontrá-lo. Tá mais fácil encontrar os capangas do que o próprio Mewt) de fato o que me aguardava. O que sei é, após a prisão de Llednar o caminho estava livre para o quinto e último cristal. Todos os meus dias de batalhas que tinham por objetivo a volta pra casa começaram a pesar de repente. Afinal, me aproximar do objetivo me fazia lembrar: o fardo que estive carregando nessa jornada não é leve, mesmo contando com a ajuda de Montblanc e os outros pra carregar tamanho peso.

Antes que eu entrasse na sala do Cristal, Cid olhou pra mim mais uma vez, reafirmou que eu nunca venceria Llednar, e fez questão de frizar que eu nunca entenderia o motivo. Cid ainda aproveitou o momento da fala para dizer que, se era o que eu queria (destruir o cristal), que assim fosse feito. A sala finalmente se abriu, dei o passo que seria derradeiro em direção à volta pra casa. Fitei o cristal, ao longe, lembrando de tudo o que passei, das habilidades que aprendi e dos amigos que fiz durante essa aventura. Difícil jogar tudo pela janela, pensei, mas saber que nada disso é real me dá a coragem suficiente para fazer o que precisa ser feito: encarar o último Totema e acabar com tudo.

Quando a batalha final começou, o ambiente parece ter mudado. Não sei se de fato mudou alguma coisa ou foi a minha percepção distorcida que causou o efeito. O cristal que estava pulsante no canto da sala se transformou no que parecia ser um bobo da corte com roupas azuis: o último Totema. Ele primeiro se transformou em Ritz, depois Mewt e então Doned. Em todas as vezes as falas praticamente se repetiam, sendo que o Totema, na forma de meus principais conhecidos, queria me fazer passar por mau, ressaltando que meus amigos ficariam infelizes ao voltar para suas vidas (medíocres, na visão deles próprios) no mundo normal. Logo depois, o Totema tomou a minha forma, e ficava repetindo frases como "Hey, Robert, você é bem forte hein. Não precisa de ajuda, sabe se virar melhor do que todos e vai voltar para o mundo comum e dominar tudo. Parabéns pra você, cara." Maldito Totema, jogando palavras na minha cara sem dar chance de defesa. Não é que eu seja forte, não é que eu seja ou queira ser melhor do que qualquer pessoa, SÓ NÃO É CERTO VIVER ETERNAMENTE EM UMA FANTASIA, porque não é disso que se trata a vida. Aí está a graça em ser humano: conviver com os erros e adversidades do dia a dia. Se fosse pra tudo ser perfeito como quiséssemos, não seríamos humanos, e sim deuses, como praticamente somos na Ivalice imaginária criada pela mente de Mewt. E parece que ninguém enxerga, NINGUÉM! Reuni toda a coragem que possuía e parti em direção ao último dos Totemas. Ele tomou sua verdadeira forma novamente, e invocou monstros que pareciam vampiros (pareciam não, ERAM VAMPIROS). Me vi cercado, mas o clã Traveller funciona no estilo "Um por todos e todos por um", então meus parceiros apareceram para travarmos a batalha de nossas vidas. Eles sabiam que se a batalha terminasse vencida por nós, significaria o fim de Ivalice, ou que talvez Ivalice continuasse em sua dimensão paralela, mas eu nunca mais os veria novamente, e mesmo assim tomaram a frente na batalha. Mais uma vez revi tudo o que vivi nos últimos tempos, mas minha decisão já estava tomada.

Os vários Dráculas atacaram por todos os lados, e o exército de White Mages do clã montou uma barreira sagrada que dizimou todos eles aos poucos. Apesar de minha movimentação ser limitada a alguns curtos passos devido aos meus equipamentos extremamente pesados, consegui ficar cara a cara com o Totema. Seu nome é Mateus, o representante humano entre as divindades. Olhei com um ar sério para ele, conseguindo enxergar sua alma, e em seguida proferi a seguinte frase:

- Fico feliz e triste com este confronto, Mateus.
Ele retrucou: - Feliz e triste? Não o entendo, guerreiro.
Minha resposta final foi áspera: - Fico feliz por saber que temos um representante entre as divindades dessa realidade, em saber que apesar de parecermos os oprimidos devido a diversidade de raças, não o somos, e todos estamos em pé de igualdade em Ivalice. Mas eu fico triste ao saber que nosso representante é um tremendo de um cretino, não passa de um crápula que usa de joguinhos psicológicos para confundir aqueles que buscam a liberdade, que querem sair de um mundo de fantasia. Sinto muito, caro Totema, mas hoje você será subjugado, como todos os anteriores a você foram!

Mateus ficou perplexo com tais palavras, já que nunca alguém havia desacatado sua autoridade e insultado tudo o que fez. Me aproveitei da distração de meu inimigo e ataquei. Consegui causar um dano considerável, enquanto olhava de relance e via meus amigos se desdobrando para vencer o combate. Infelizmente três deles já haviam caído, mas não por derrota, e sim pelas regras: invocaram seus respectivos Totemas, quando as regras de Cid não o permitiam, e caíram na prisão de Sprohm. Ainda sobraram alguns companheiros, e Montblanc estava irredutível, abrindo sua passagem pra chegar até Mateus, e ele conseguiu. No momento mais acalorado do embate, Montblanc apareceu soltando fogo pelas ventas, invocando Chocobos e tudo mais. Ele estava mirando no Totema quando o parei e disse que aquela luta deveria ser minha, que eu arrebentaria aquele arrogante com tudo que eu tivesse. Montblanc se recusou a recuar, dizendo que minhas batalhas eram suas também, e logo em seguida os companheiros restantes no campo de batalha se juntaram ao coro. Sei que seria lindo dizer aqui o quanto o poder da amizade foi incrível e invocamos a entidade máxima, o amor, para acabar com tudo, e aí provamos que a amizade supera tudo e rolou aquele papo de desenho japonês, mas não foi isso o que aconteceu.

O que de fato aconteceu foi que me utilizei da habilidade mais poderosa que aprendi durante minha jornada até o momento, a chamada Holy Blade (lâmina sagrada), que aumenta meu poder destrutivo milhares de vezes. Um golpe bastou para que eu visse Mateus ser desfeito aos poucos, se lamentando por não ter conseguido defender o mundo que tanto amava. Após isso, esperei os tremores começarem para que eu pudesse me ver finalmente de volta ao lugar de onde vim, mas nada disso aconteceu. Olhei meus companheiros, os que ali estavam, já cansados da batalha e clamando por um longo descanso, depois avistei Cid, que se aproximava da trupe. Quando comecei a me questionar sobre o motivo do mundo não ter voltado ao normal, apareceu uma mulher onde estava o cristal.

Ela era simplesmente bela, e nada que eu diga pode descrever aquela beleza que tomou conta da sala. A mulher apenas disse "Este mundo ainda é desejado. Enquanto quiserem que ele exista, assim será" e depois desapareceu. Não é preciso ser gênio para adivinhar quem era a mulher: a rainha Remedi, falecida mãe de Mewt e esposa de Cid. Eu havia esquecido de que ali os desejos de Mewt eram supremos, e sua mãe estava vivinha da silva, até atormentando aqueles que se opunham ao seu filho.

Enfim, depois de muito tempo de labuta, dias e dias aprendendo técnicas, bolando estratégias e me preparando para esta batalha, que ao meu ver era a derradeira, vi que tudo havia sido em vão. E pelo que Remedi disse, podem surgir dragões, mais cristais, montanhas e tudo o que for possível aparecer: mesmo que eu consiga derrubar cada obstáculo, o maior impedimento é a vontade que outras pessoas tem e que faz o mundo fantasiso existir. Traduzindo em miúdos: enquanto Mewt, Ritz e Doned desejarem, Ivalice vai continuar existindo, mesmo que eu transforme tudo em um inferno (afinal de contas, estou sendo o responsável por desbalancear o mundo, destruindo Totemas e possibilitando que raças os invoquem para o campo de batalha, além de arrebentar com alguns biomas e seres vivos, mesmo que os seres sejam os piores possíveis). O que resta agora é me transformar num dos piores tipos de crápulas, que infernizam a vida alheia até conseguir o que desejam. E é o que farei! Não fui questionado sobre querer vir para esse mundo de fantasia. A vontade egoísta dos outros de criar um lugar onde eles sejam felizes é válida, mas eu querer voltar pra casa não é válido? É uma tremenda injustiça. Se ao menos eles continuassem nessa brincadeira e eu pudesse voltar pro meu lar, estudar, crescer, formar uma família e VIVER, ok, mas sou forçado a ficar aqui por egoísmo DELES. Agora que sei o que realmente sustenta este mundo, já sei qual será meu próximo destino, o próximo lugar que vai ser alvo da ira do clã Traveller, mais precisamente de seu líder. Meu destino será um certo castelo, que vai ruir em questão de minutos quando eu aparecer.

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