Ficha Técnica:
Desenvolvedora/Publisher: Yard Team
Plataforma: PC (Windows)
Data de lançamento: 16 de dezembro de 2013
Número de jogadores: 1 a 4
Gênero: Corrida
Quando foi anunciado o início de seu desenvolvimento, em meados de 2009, Motor Rock foi assunto em vários blogs, fóruns, comunidades de orkut e afins pelo mundo todo. Não é pra menos: seu objetivo era ser uma homenagem ao tão aclamado Rock 'n' Roll Racing, que nunca teve continuação ou mesmo sucessor espiritual por parte de sua produtora, a Blizzard. Os primeiros trailers e imagens relacionados só fizeram aumentar ainda mais a expectativa em relação ao jogo.
O tempo foi passando e novidades em relação ao desenvolvimento iam surgindo: suporte a joysticks, multiplayer e outras features eram anunciadas. À medida que o projeto ia ganhando destaque por parte dos fãs, ganhava também atenção da Blizzard. O jogo chegou até mesmo ao Greenlight, da Steam, e foi aprovado. Em poucos dias a Yard Team, formada por uma galera da Rússia, poderia arrecadar mais de US$ 60 mil só com as vendas de Motor Rock. Era um sucesso absoluto. Era. A Blizzard, alegando plágio, ordenou que o jogo fosse retirado da lojinha da Valve, ou rolaria um processinho. Após anos de trabalho duro, dedicação a um projeto que realmente merecia atenção, a Yard Team viu suas expectativas de lucro irem por água abaixo. Enfurecidos com o que aconteceu eles então retiraram o jogo da Steam, mas disponibilizaram o download de forma gratuita a quem quisesse. Assim Motor Rock chegou a muitos fãs, e graças a isso muita gente pode ter acesso a esse maravilhoso tributo.
Devo dizer que faz pouco tempo que tive interesse e tempo pra me dedicar ao jogo. Tenho o costume de rejogar alguns clássicos de vez em quando e Rock 'n' Roll Racing está entre eles. Mas ao invés de jogar novamente o antigo, resolvi dar uma chance para Motor Rock. Afinal, todo aquele hype em volta dele era justificado? Hoje eu posso afirmar com certeza que sim.
Logo na tela de início do jogo fiquei de queixo caído. Ali já é possível perceber que a atmosfera é perfeitamente igual à do clássico dos anos 90. Ao começar o modo campanha uma surpresa: o jogo tem uma história!
Não é uma história que se diga "oh, que enredo incrível!!!", na verdade é só uma desculpa para o torneio acontecer. Eu atento mesmo é para o fato de que tem uma intro incrivelmente bem feita, que na hora me lembrou muito Full Throttle. Foi um diferencial bacana e que me deixou de cabelo em pé. Mais um sinal de que os desenvolvedores tinham caprichado.
Na tela de seleção de personagens, que é apresentada logo após a intro, é possível ver uma atualização gráfica nos personagens (muito bem vinda, aliás) e, é claro, os corredores desse jogo foram inspirados nos do original. Em seguida a tela de seleção de carros. Graças aos gráficos, muito bem feitos por sinal, foi possível um grande avanço. Até mesmo o painel que vemos antes da corrida ficou muito melhor, vejam:
Realmente os gráficos em 3D fizeram a diferença. A interface também ficou muito bem desenhada. Outra parte que chama atenção é a corrida em si. Os cenários são bem detalhados, foram construídos de forma excelente e temos uma HUD bem simples. Outro ponto positivo para o jogo: é possível alternar a câmera entre a visão isométrica, aquela da jogabilidade clássica e também a visão por trás do carro, que deve agradar quem é acostumado com os jogos atuais de corrida. Isso sim é o que podemos chamar de competência: focar nos nostálgicos mas não esquecer que um novo público também quer ter contato com o jogo.
Particularmente, gostei mais da visão por trás do carro. Como o jogo tem um ritmo frenético (é bom frisar esse ponto mesmo, o ritmo é realmente alucinante e tudo acontece rápido demais. Claro que com o tempo dá pra se acostumar, mas no começo você sente que pilota um pedaço de papel, de tão rápido que vai) esse modo de câmera ajuda muito, principalmente no começo, até se habituar a como tudo acontece.
A trilha sonora também merece muito destaque: no clássico dos anos 90 foi um ponto fortíssimo e grande diferencial perante aos concorrentes. Devo dizer que a trilha sonora aqui é marcante. São 15 músicas que combinaram bem com o jogo. Além disso é possível substituir essas faixas (dá pra fazer isso na instalação do jogo, inclusive!), o que possibilita colocar músicas que você achar que podem combinar melhor ou mesmo colocar as MIDIs do jogo original. Assim como em Rock 'n' Roll Racing, o narrador está presente aqui também. As narrações estão disponíveis em inglês e russo.
Como no clássico, a jogabilidade de Motor Rock flui perfeitamente bem. O pessoal da Yard Team teve trabalho para harmonizar tudo, e colocar algumas coisinhas novas: você pode equipar até 4 armas diferentes em um mesmo carro, as pistas tem objetos que podem ser destruídos (além dos seus rivais, é claro) e há diferentes condições climáticas que afetam a forma como a corrida acontece. O multiplayer também funciona muito bem. É possível jogar com os amiguinhos via LAN (rede local) ou por IP (abrir uma sala no Hamachi e juntar a galera é uma ótima opção aqui). Algo que me chamou atenção também é que os desenvolvedores fizeram questão de colocar um map editor na pasta do jogo, o que abre muitas possibilidades: você pode pegar uma pista do jogo, editar, salvar e disponibilizar para os seus amigos. Incrível, né não?
E esse é o map editor. Fácil de usar, não? (clique na imagem para ampliar) |